Lyoto será a hora da verdade para Jon Jones!

08/11/2011 10:15

“Jon Jones nunca foi testado e ainda tem muito a provar”, diz especialista

 

Foto: UFC

Por Brunno Frazão, Colaborador do blog

 

O campeão meio-pesado do UFC, Jon Jones, enfrentará Lyoto Machida no UFC 140, quando defenderá o título pela segunda vez desde que se tornou o número um do mundo até 93kg.

“Bones”, que possui a maior envergadura da categoria, vem de duas vitórias convincentes sobre Maurício Shogun e Quinton Jackson e não encontrou dificuldades para derrotar os ex-campeões do Ultimate Fighting Championship.

O atleta de vinte e quatro anos tem demonstrado evolução física e técnica e para muitos dominará a categoria devido ao seu tamanho, força e habilidade em lutar tanto em pé quanto no solo.

O blog Mano a Mano consultou o Mestre Sandro Marciano, que é graduado em Tae Kwon Do, Hapkido, Muay Thai e Kickboxing, para analisar o jogo do campeão e apontar o caminho para Lyoto Machida derrotá-lo em dezembro.

“O Jon Jones realmente usa razoavelmente bem as técnicas de cotovelos e joelhos, mas deixa buracos, deixa espaços no jogo durante a execução dos golpes. Ele é um grappler e começou a treinar Muay Thai há pouco tempo, então é absolutamente normal a existência desses buracos no jogo dele”.

“Sempre observo que ele termina suas joelhadas com o corpo para frente e nunca recompondo a guarda como deveria fazer. Com isso ele erra e mostra que não é invencível. Há muito tempo venho falando que o Lyoto Machida seria uma luta muito complicada para ele, e a luta que tanto falam a respeito ‘Anderson Silva vs Jon Jones’ não daria para o americano”.

“Ele não tem a tarimba da caminhada, suas sequências são marcadas, normalmente as mesmas cinco sequências em pé, e nunca o vimos ser realmente testado na trocação, tomar um soco com força no rosto, então mesmo com o enorme talento que ele possui, ainda tem muito a provar e muito a treinar para melhorar o jogo dele em pé”, afirmou o líder da equipe TUFF Muaythai Brazilian Team.

O retorno do Dragão

Oito meses depois de nocautear Randy Couture, o carateca Lyoto Machida voltará à jaula do Ultimate em disputa do título da categoria, contra o duríssimo Jon Jones, no UFC 140 (em 10 de dezembro), e falou sobre o combate pela primeira vez após o anúncio oficial, em entrevista exclusiva à TATAME. 'Ele é um cara muito versátil e tem muitas qualidades técnicas, mas a gente faz coisas parecidas. Condicionamento físico e estratégia são coisas que podem decidir essa luta. Ninguém é invencível', disparou o ex-campeão, que revelou surpresa com o convite para a luta, analisando o jogo do oponente e suas recentes vitórias sobre Rampage e Shogun. Confira:

 

Como recebeu a notícia de que disputaria o cinturão com o Jon Jones?

 

Eu estava em um aniversário, ontem à noite, e recebi a notícia de que lutaria com o Jon Jones. Aceitei na hora, mas não podia anunciar na hora. O Ed e o Joinha mandaram segurar a informação e foi complicado, tive que ficar calado (risos). De manhã fui dar um treininho e, quando voltei, o contrato já estava aqui para assinar. Recebi com uma alegria muito grande, a gente sempre batalha pra isso.

 

Você ficou muito tempo parado, esperando por uma luta...

 

Eu não fico chateado de não lutar, mas queria uma previsão para que pudesse realizar outras tarefas, pois sou um cara muito profissional. Eu tento não dar margem para o insucesso. Posso perder para qualquer um, mas não posso perder para mim mesmo. Quando exijo uma previsão de luta é porque quero me preparar o melhor possível, quero me apresentar da melhor maneira possível.

 

Essa chance pelo cinturão acaba desmentindo todo aquele rumor, de que o UFC tinha ficado chateado por você ter pedido o 'salário do Anderson Silva' para aceitar a luta em cima da hora com o Rashad, né?

 

É... Tudo o que estava acontecendo era falta de adversário mesmo, coisa de momento. Eu sempre pensei pelo lado positivo, procurei fazer meu caminho, sempre correto. Não machuquei ninguém, não roubei ninguém, então não tenho porque ficar preocupado com isso. Vou fazer meu trabalho e continuar treinando. Minha vida não é fama e dinheiro, sempre foi treinar, desde o esporte amador. Sempre esperei por esse momento novamente.

 

O que espera da luta com o Jon Jones, um cara que vem em franca ascensão?

 

Vai ser uma luta muito estratégica, ele é um cara estudioso e eu também. Nossa equipe está muito concentrada, mas tudo pode acontecer.

 

 

 

Muitos fãs sempre disseram, e você também falou uma vez que via o seu jogo como bom para casar contra o Jon Jones. O que você faria numa luta contra ele?

 

É difícil, ele é um cara muito versátil e tem muitas qualidades técnicas, mas a gente faz coisas parecidas. Ele chuta, eu chuto, a gente soca e faz um chão, eu consigo defender e aplicar umas quedas também. Condicionamento físico e estratégia são coisas que podem decidir essa luta. Ninguém é invencível. A gente está treinando sempre uma melhora, buscando um engrandecimento físico e espiritual e é isso que vou buscar.

 

Que lições você tira das três lutas que ele fez esse ano, finalizando o Bader, nocauteando o Shogun e atropelando o Rampage?

 

Lógico que a gente faz uma leitura do jogo dele, sabemos que ele sempre vem com novidades, mas eu quero procurar vir com novidades também. É difícil falar. Eu olho a luta dele, mas nunca o vi como um problema meu porque até então ele não era meu adversário. Hoje ele é um adversário, concretizado. A partir desse momento o estudo aumenta mais ainda, e a dedicação também. Eu olhada suas qualidades, analisava, mas sempre via o que tinha pela frente, que era a luta com o Couture, Rampage. Ele é muito eclético, bom, mas acredito muito no meu trabalho e meu estilo. Eu praticamente nasci treinando, desde os quatro anos.

 

Você está 100% fisicamente? Fará sua preparação somente em Belém?

 

Já estou 100%. Eu ia viajar para os Estados Unidos para dar um treino diferente, mas já cancelei tudo com o anúncio da luta. Vou focar no meu camp aqui e buscar meus sparrings, que possam me servir à altura do campeão Jon Jones.

 

Muitos comparam o Jones ao Anderson Silva, e o Anderson é seu amigo, vocês já treinaram juntos. Pensa em convidá-lo para te ajudar?

 

Lógico que sempre ouço muito o que o Anderson fala, analiso o que ele diz, mas não posso cobrar uma coisa dele porque ele está altamente comprometido. Eu entendo. Tenho que fazer a minha parte.