Entrevista com Lyoto Machida

22/05/2012 01:00

Lyoto se anima com TUF e analisa Bader, 05 de maio de 2012 - 10:04:01

Por Marcelo Barone

Foto UFC

 



Após uma espera de cinco meses, Lyoto Machida, enfim, teve sua próxima luta anunciada pelo Ultimate. O brasileiro vai encarar Ryan Bader, dia 04 de agosto, pelo UFC on FOX 4, nos Estados Unidos. Aliviado com definição de seu combate, o "Dragão", que havia mostrado insatisfação com a demora da franquia em agendar sua peleja, dividirá seus treinos entre Belém do Pará, onde mora, e a academia Black House, nos Estados Unidos.

 

Em entrevista à TATAME, o carateca falou sobre o próximo desafio, analisou Bader, Jon Jones, não descartou mudar de categoria e mostrou vontade de ser um dos treinadores do próximo TUF, onde enfrentaria o outro possível técnico, Maurício Shogun.

 

"Isso seria uma conquista tanto para mim como para o Shogun. Eu tenho o maior respeito por ele. Lógico que existe essa rivalidade, mas é dentro do octógono. A gente se cumprimenta muito bem fora disso e, na verdade, somos colegas de profissão, então tem que haver respeito. Isso vai ser bom para a gente. Realmente, se houver essa possibilidade do TUF, acho que só temos a crescer com isso, assim como o esporte".

 

Você vai fazer toda a sua preparação em Belém?

 

Estou pensando em fazer uma parte nos Estados Unidos, na Black House e outra no Brasil. Como ele (Bader) é do Wrestling, acho importante a gente pegar umas coisas lá de fora, o que vai me ajudar bastante. Vou convocar alguns técnicos de Wrestling. Pensei logicamente em me preparar para defender o estilo dele. A meta é fortalecer isso para que a gente consiga colocar nosso jogo com mais facilidade.

 

O que você pode falar sobre o jogo do Bader?

 

A gente treinou junto uma vez, no TUF que o Minotauro foi técnico. Treinamos juntos, nos conhecemos um pouco, apenas um dia. Como pessoa, é um cara tranquilo, um lutador aguerrido, que mostra vontade e raça. Na parte em pé, vem melhorando e o forte dele é o Wrestling mesmo. Eu não o vejo como um expert de chão, mas lógico que é sempre perigoso.

 

Você estava invicto até perder para o Shogun, em maio de 2010. E, das últimas quatro lutas, só venceu uma. A que você atribui isso?

 

É difícil falar. Eu estou lutando com os melhores e um detalhe faz a diferença na decisão da vitória e da derrota. Realmente tive algumas derrotas, mas isso faz parte também. É uma fase que eu passei, alguma mudança que eu devo ter feito de forma inconsciente mesmo e foram alguns resultados nada agradáveis. Tudo é válido como aprendizado e melhora. Agora é focar daqui para frente da melhor forma possível.

 

Sente-se pressionado para conquistar a vitória na próxima luta?

 

Acho que sempre existe essa pressão, mas de forma alguma que possa me alterar, me deixar nervoso. Eu sou tranquilo. Lógico que eu preciso vencer, mas estou tranquilo, vou lutar bem. O importante é isso: fazer uma grande luta e conseguir a vitória.

 

O Jon Jones pintou como grande promessa e já virou realidade. Como é ter um campeão tão dominante em sua categoria?

 

Olha, todo mundo tem falado que ele é imbatível, mas eu, como lutador, não consigo enxergar dessa forma. Ele é um grande lutador, um grande campeão, mas tem suas falhas também e ele pode vir a perder. Não sei se agora ou depois, mas procuro não me focar muito nisso. Procuro me focar realmente no que eu estou fazendo, no meu objetivo maior.

 

Existe a chance de você descer de categoria?

 

Olha, eu falei isso porque eu quero me manter ativo. Se não tiver luta na minha categoria, eu posso lutar na de baixo. É lógico que o meu amigo, o Anderson, é o campeão de lá e eu o respeito, quero que ele continue como campeão, mas isso não impede que eu faça um desafio na categoria de baixo, assim como ele já fez alguns na categoria de cima.

 

O Shogun deu uma entrevista à TATAME, esta semana, dizendo que gostaria de ser um dos treinadores do TUF. E, assim como ele, você é poderia ser treinador do reality show. Essa possibilidade te agrada?

 

Com certeza. Isso seria uma conquista tanto para mim como para o Shogun. Eu tenho o maior respeito por ele. Lógico que existe essa rivalidade, mas é dentro do octógono. A gente se cumprimenta muito bem fora disso e, na verdade, somos colegas de profissão, então tem que haver respeito. Isso vai ser bom para a gente. Realmente, se houver essa possibilidade do TUF, acho que só temos a crescer com isso, assim como o esporte.

 

Você sempre demonstrou vontade em lutar no Brasil. Ficou frustrado por não ser incluído no card?

 

Sempre a vontade é grande, mas acho que vai ter hora certa. Não é o último evento, tenho quase certeza disso. Estou esperando uma chance. Quero lutar bem, independente do lugar. Gosto de lutar nos Estados Unidos, onde já tenho uma luta marcada e me sinto em casa. Minhas últimas lutas foram no Canadá, com Randy Couture, Jon Jones...  Vai ser bom lutar nos Estados Unidos. Quando eu tiver uma oportunidade de lutar no Brasil, vou agarrá-la muito bem.